15/10/2012 DIA DO PROFESSOR
Como pedagoga/professora/educadora não podia deixar de expressar minhas ideias sobre o papel do professor. Durante toda minha infância construi uma imagem de professor como alguém que se admira e respeita assim m
inha
imago do professor correspondia ao arquétipo do educador. Alguém que te
leva ao conhecimento, como deve ser o psicoterapeuta junguiano, aquele
que leva ao autoconhecimento, assim, este também é um educador.
Hoje me deparo com uma sociedade que desrespeita, denigre e humilha o professor. Crianças mandam o professor calar a boca quando são repreendidas pela algazarra durante a aula, quando a diretoria chama os respectivos pais para pedir colaboração na educação, quando estes comparecem, o que é raro, ameaçam o professor defendendo a atitude do filho.
Uma amiga, pedagoga, professora infantil durante algum tempo em uma renomada escola paulistana, dirigida a classe dominante da cidade, sucumbiu às humilhações, pediu demissão e foi embora do Brasil. Seus alunos de menos de cinco anos chegaram ao absurdo de lhe baterem no rosto. Os pais diziam aos filhos que pagavam bem a escola e que a professora era apenas uma empregada das crianças.
O que esperar de um país que corrobora com tudo isto?
Será que devemos lutar para termos as escolas informatizadas? Cortinas, ar-condicionado, paredes, será que isto faz diferença?
Aprovar a criança para o ano subsequente sem estar apta, será esta a solução? Crianças no terceiro, quarto ano, e ainda analfabetas?
E os analfabetos textuais? Estes até chegam a faculdade. Como?
Durante minha estada na Índia tive uma das mais agradáveis surpresas que uma educadora pode ter. Lá, mesmo sem estruturas materiais, ou seja, sem escolas construídas, à beira das estradas, sob a sombra das árvores, sem caderno, escrevendo em pedaços de lousa com giz, as crianças “estão na escola”. É lindo de se ver, todas arrumadas, limpinhas, em reverência aos mestres se postam sentadas em posição de lótus e permanecem em silêncio e atentas, mesmo com todo barulho e movimento em seu entorno. Quando, nós, turistas encantados, nos aproximamos para ver cena tão incrível, elas permanecem em silencio e só se aproximam se o professor liberar, caso contrário continuam com suas atividades, mesmo tendo a curiosidade desperta pelos olhos claros e cabelos claros pelos quais se encantam.
Isto responde, certamente, pelo crescimento econômico pelo qual a Índia vem passando, e as expectativas são que em 2040 ela seja a potência mundial. Se a educação continuar com o empenho que eu vi não tenho dúvida quanto a este crescimento.
E nós? Não adianta por a culpa no governo. Nós, como educadores, professores e pais, é que devemos começar a transformação.
Comecemos hoje, agradecendo a cada educador, professor, pai, psicoterapeuta, pelo conhecimento transmitido.
Aos meus mestres todos, em especial aquele que já se posta do alto, Prof. Antonio Mendonça, meus agradecimentos.
Dra Ercilia Simone Dalvio Magaldi
Hoje me deparo com uma sociedade que desrespeita, denigre e humilha o professor. Crianças mandam o professor calar a boca quando são repreendidas pela algazarra durante a aula, quando a diretoria chama os respectivos pais para pedir colaboração na educação, quando estes comparecem, o que é raro, ameaçam o professor defendendo a atitude do filho.
Uma amiga, pedagoga, professora infantil durante algum tempo em uma renomada escola paulistana, dirigida a classe dominante da cidade, sucumbiu às humilhações, pediu demissão e foi embora do Brasil. Seus alunos de menos de cinco anos chegaram ao absurdo de lhe baterem no rosto. Os pais diziam aos filhos que pagavam bem a escola e que a professora era apenas uma empregada das crianças.
O que esperar de um país que corrobora com tudo isto?
Será que devemos lutar para termos as escolas informatizadas? Cortinas, ar-condicionado, paredes, será que isto faz diferença?
Aprovar a criança para o ano subsequente sem estar apta, será esta a solução? Crianças no terceiro, quarto ano, e ainda analfabetas?
E os analfabetos textuais? Estes até chegam a faculdade. Como?
Durante minha estada na Índia tive uma das mais agradáveis surpresas que uma educadora pode ter. Lá, mesmo sem estruturas materiais, ou seja, sem escolas construídas, à beira das estradas, sob a sombra das árvores, sem caderno, escrevendo em pedaços de lousa com giz, as crianças “estão na escola”. É lindo de se ver, todas arrumadas, limpinhas, em reverência aos mestres se postam sentadas em posição de lótus e permanecem em silêncio e atentas, mesmo com todo barulho e movimento em seu entorno. Quando, nós, turistas encantados, nos aproximamos para ver cena tão incrível, elas permanecem em silencio e só se aproximam se o professor liberar, caso contrário continuam com suas atividades, mesmo tendo a curiosidade desperta pelos olhos claros e cabelos claros pelos quais se encantam.
Isto responde, certamente, pelo crescimento econômico pelo qual a Índia vem passando, e as expectativas são que em 2040 ela seja a potência mundial. Se a educação continuar com o empenho que eu vi não tenho dúvida quanto a este crescimento.
E nós? Não adianta por a culpa no governo. Nós, como educadores, professores e pais, é que devemos começar a transformação.
Comecemos hoje, agradecendo a cada educador, professor, pai, psicoterapeuta, pelo conhecimento transmitido.
Aos meus mestres todos, em especial aquele que já se posta do alto, Prof. Antonio Mendonça, meus agradecimentos.
Dra Ercilia Simone Dalvio Magaldi
Um comentário:
E nós? Não adianta por a culpa no governo. Nós, como educadores, professores e pais, é que devemos começar a transformação.
Comecemos hoje, agradecendo a cada educador, professor, pai, psicoterapeuta, pelo conhecimento transmitido.
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